Com
tudo tão chato, me deixaria animado se, do nada, alguém soltasse para mim “Como
é ser viado?”. Sem medo, sem medir o termo. A chatice do “nada pode”, me mata. E
me deixa praticamente sozinho. Eu e a mais alguns poucos.
Se
alguém tiver o WhatsApp do Luis Felipe Pondé, escritor e filósofo, por favor me
passe. Vou convidá-lo para tomar uma pinga – porque café é muito polido e
cerveja muito batido.
Há
tempos conheço um pouco de seu trabalho pelas colunas em jornais e entrevistas
a revistas e programas de TV. Sua crueza é deliciosa. Enquanto “os chatinhos e
as chatinhas” – como ele mesmo chama os fofos da vibe politicamente correta –
dizem a cada oportunidade como somos estúpidos, preconceituosos, de alma
pequena e sei lá mais o que, Pondé rebate com argumentos sobre as nossas
essências impossíveis de serem anuladas como pessoas - porém quase sempre mascaradas, mesmo que a maquiagem não cubra toda a verdade.
Enquanto
Pondé não senta comigo para falarmos mal, assumidamente, de tudo e de todos que soam cafonas,
serve-me seu livro “Guia Politicamente Incorreto do Sexo”, meu companheiro em
uma viagem de ônibus para a capital paulista. Li em uma “ida”. Nele o filósofo
– que soa amigo de boteco em seu tom sem arrogância – fala sobre as hipocrisias do assunto.
Para o autor, mulher gosta mesmo de sexo e de ser pega de jeito, desejada
sexualmente independente de jantarzinho e cinema como prévias; homem curte é
chamar a mulher de gostosa, de dizer que o negócio tem que ser de quatro, entre
outras pérolas tesonescas das quais as pessoas se boicotam para não soarem
primitivas.
Indico
demais a leitura que pode repudiar a muitos “chatinhos e chatinhas”, mas que me
fez respirar um pouco fora das águas da chatice das conversas da atualidade.
Cata dois dos trechos que mais curti no livro.
“UM
HOMEM DO PASSADO – Um homem do passado, incorreto, não é o grosseiro que o
politicamente correto quer dizer que é. Esse homem é muito mais delicado,
atencioso, cuidadoso e investidor do que o bando de meninos frouxinhos que se
dizem preocupados com a ‘opressão do corpo da mulher’ em nossos dias. O homem
ideal para o politicamente correto é o homem indiferente à mulher. Ou o homem
que tem medo da mulher. Ou o homem grosseiro travestido de correto, mas que, na
verdade, arde de ressentimento de ver tantas fêmeas lindas desfilando pelo
mundo, sendo ele um incapaz do desejo para possuí-las”.
MAIS
“... Apesar de as meninas andarem de shortinhos no verão, os meninos preferem
seus iPhones. Temem as meninas porque muitas delas, transformadas em chatinhas
corretas, não permitem que os meninos digam mais nenhuma palavra na sala de
aula. Elas não percebem que, quando desaparecer o desejo masculino, elas
ficarão invisíveis para si mesmas. Talvez nem mil anos nos curem do sexo
politicamente correto, ditado por algumas pessoas que sempre tiveram má sorte
no amor e pouco sexo de qualidade na vida. O sexo politicamente correto é uma
receita infalível para se ficar feia”.
~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca
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