Eclipse total


Ao assistir à terceira parte da saga “Crepúsculo” – a primeira de mesmo nome e a segunda, “Lua Nova”, achei uns POOORREs –, saí do cinema satisfeito! – Aeee!
Pelo filme, “Eclipse” – o melhor dos três, DE LONGE! – e pela companhia de uma amiga que não via há tempos – bjo, Nádia!

Nunca me interessei muito pela série. Ler qualquer uma das obras é fora de cogitação – minha prima é fã e tem todas; bjo pra Ju! – e nesta sessão não foi diferente. Apesar de o cuidado com o filme ter sido muito maior – até os personagens estão melhores, inclusive a “ex-insossa” Bella, a adolescente humana –, a abordagem continua um tanto “TeenSemSal”.

O bacana é que a história traz um dilema amoroso completamente possível – dentro ou fora da adolescência – com exemplos de experiências e escolhas a serem feitas com base em nossa personalidade e necessidade do momento, muito possíveis em nossa “mera mortalidade”.

Em “Eclipse”, Bella – a adolescente humana, como já disse – deve escolher entre seus dois grandes amores: o vampiro Edward e o lobisomem Jacob.


PAUSA PARA APRESENTAÇÃO

Apesar de ambos aparentarem jovens, Edward é um vampiro com sei lá quantoSCentos anos – são muitos, mais de cem! –, bonito, bastante branco, de pele fria, com o poder de ler mentes – menos a de Bella –, com vocabulário rebuscado, hábitos e cortejos de outra época, IMORTAL – uia, só! Pois já está morto, também não envelhece nunca –, extremamente paciente, possui um carro importado preto, um jeito mais sofisticado e sério, como ele; e com um amor incondicional por sua amada! – Biurifú!

Do outro lado do ringue, Jacob: o lobisomem adolescente, também bonito, pele bronzeada e quente, seu único poder é poder se transformar em lobo quando quer, vocabulário simples de sua idade, jeito tímido e corajoso para conquistar (em vez de cortejos), mortal, envelhece como um humano, coração batendo o tempo todo, age conforme seus instintos – às vezes impaciente –, possui uma grande moto, um jeito menos sério de ser; e louco de amor por sua menina, Bella! – Biurifú também!


ENTÃO, BELEZA...

Ok! Durante quase todo o filme, Bella fica “biscateando” – eu acho isso, posso? (risos) – entre um e outro. Diz que ama os dois, porém, ama mais um deles – que depois eu conto qual é e por que ela o escolhe. E assim fica, enquanto decidi o destino que deverá seguir. Passar a eternidade como vampiro ao lado de Edward ou viver naturalmente ao lado do lobo Jacob?

O que eu tirei do filme foi a escolha prática (ou não) em nossas vidas. Em “Elipse”, o vampiro e o lobisomem simbolizam pessoas e seus perfis, que passam por (ou surgem em) nosso caminho.

Vejo o vampiro Edward como aquela pessoa mais velha, experiente, que se diferencia bastante de você – pelo menos daquilo que você é hoje. O bom moço já tem uma história de vida. É todo formal. Sua vida já está bem encaminhada, muita coisa já lhe aconteceu, e ele te convida para entrar nela. É você passando a fazer parte da vida de uma pessoa que mudará pouco, talvez quase nada.
E você? Deve abrir mão da sua, de certa forma. Abrir mão de algumas coisas que ele nunca entenderá, pois ele não tem esses mesmos sentimentos. Não como você os tem. Deve passar a ser imortal, ao modo dele. Deixá-lo transformá-la. Entregar-se de corpo e, principalmente, alma.
Com isso, o rapaz te pega pela mão. Te abraça e te leva com ele. Te ama sem dúvida sobre o que sente. Só é preciso que você doe-se por completo.

No lobisomem Jacob, vejo uma pessoa tão jovem (por dentro) quanto você. As experiências dele o fazem tão inexperiente quanto você. Nada de formalidades. A vida dele está só começando, ainda não viveu as principais coisas, e ele te convida para entrar nela. É você passando a fazer parte da vida de uma pessoa na mesma proporção que ela da sua. Uma pessoa que talvez ainda poderá mudar muito.
E você? Deverá abrir mão de coisas que ele não concordar, da mesma forma que ele oferece a possibilidade de deixar pra lá coisas que você não compreende. Afinal, ambos sentem as mesmas necessidades. Deve pular em um destino o qual você desconhece completamente. Será assim para os dois. Mas sem sacrificar-se ou transformar-se em nada. Entregar-se ao relacionamento de corpo e alma.
Com isso, o rapaz pega em sua mão. Te abraça e te leva com ele. Te ama sem dúvida sobre o que sente. Só é preciso que você doe-se tanto quanto ele.

E aqui estão duas possibilidades de relacionamento. Não acho que há certa ou errada. Não há mesmo. Depende daquilo que você espera e procura. Depende do seu momento e de quem você é.
Posso dizer que já passei por um relacionamento muito próximo a uma dessas situações. Foi muito importante pra mim, para o momento em que eu estava, mas não durou para a vida inteira. Talvez a outra possibilidade seja melhor pra mim? Ainda não descobri. Estou em um momento de aprendizado em meio a um eclipse total.


No final do filme “Eclipse”, Bella se entrega aos cortejos do vampiro Edward Cullen. Ele a pede em casamento e em breve irá transformá-la em vampiro como ele para passarem toda a eternidade juntos.
O bacana é que na cena final, a moça justifica sua escolha: “Não fiz isso por você, desculpe”. Bella diz que escolheu a ele, por ela mesma. Por sua vida. Diz que sempre se sentiu deslocada no mundo mortal. Foi como se ela sempre precisasse ter feito isso para viver feliz.
Sua escolha dependeu daquilo que ela sempre esperou e procurou. Dependeu de quem ela é. Ele foi apenas a melhor possibilidade para ela fazer sua própria felicidade.

Gostou do texto? Concorda? Não?
Já viveu alguma dessas possibilidades de relacionamento?
Como foi? Qual seria o melhor pra você?

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Comentários

Rodrigo Ziviani disse…
Interessante a analogia. Mas não se engane, Má. Não importa a idade, relacionamento sempre envolve abrir mão de algumas coisas, de ambas as partes. Sempre envolve sacrifício, transformação. Com Jacob, Bella teria apenas amor. Mas não um grande amor. E continuaria a levar uma vida sem dificuldades e confortável, o que todos esperam dela (inclusive nós, telespectadores, que torcemos involuntariamente pelo lobisomem, não é mesmo?). Ao ficar com Edward, Bella contraria o senso comum e estabelece sua própria vontade, assumindo os riscos, dificuldades e delícias que só um grande amor pode proporcionar a alguém. Se fosse fácil, não teria graça. E quem disse que seria? Rs.
O lobisomem é, certamente, o caminho mais fácil. O vampiro, o mais trabalhoso, porém o único capaz de completá-la, satisfazê-la e realizá-la. O único que reflete a eternidade como sendo possível. A decisão de Bella está à altura de quem se conhece e não teme. Tive tremenda empatia com a personagem no filme. Incríveis a força de caráter e a firmeza das convicções dela.
Gostei muito do filme e também do seu texto, Má. Abração!
Rsrsrsrs... Entendido, Ro! BOA!
Concordo: todo relacionamento pede que ambas as partes abram mão de algumas coisas. Ambas! Igualmente. Fato! Assim como também seria com Edward. Mas quais as coisas que o vampiro abriria mão? Poucas, comparado a ela. Mas claro, tudo depende do que Bella quer. E ela se adequa melhor ao vampiro (fato consumado hehe).

As duas opções ofereceriam dificuldades, sim. E também conforto. Como qualquer relacionamento. E ambos contrariam o senso comum, afinal, ele é um lobisomem, certo?

Ambos oferecem amor. Não há "grande amor" ou "pequeno amor". Isso se define através de Bella. Através da pessoa que recebe o amor.
Ambos podem tornar a "eternidade possível" e "realiza-lá", só depende daquilo que se espera. E isso muda de pessoa pra pessoa.

E a escolha de todos que decidem por estar ou não em um relacionamento está à altura de quem se conhece e não teme. Afinal, ninguém melhor que nós mesmos para saber se temos ou não aquilo que buscamos em alguém.

Torci sim, e voluntariamente, pelo lobisomem. E o motivo não é nenhum outro que não identificação com aquilo que busco em alguém.

Obrigado pelo MEGA (no sentido de reflexão rsrs) comentário, Ro! Você é demais! Curto muito.

Saudade desses altos papos.

Um abraço.
Ma.
Rodrigo Ziviani disse…
É aquilo, né? Pontos de vista diferentes. Se você pensar bem, verá que Edward abre mão de amá-la como humana. Em "Lua Nova", ele chegou a abrir mão da própria Bella, só para vê-la segura e mais feliz. E assim que se casarem e Bella for transformada (condição esta que ela mesma exige, não ele!!), a vida dos dois (DOS DOIS!!) sofrerá enorme mudança. Relacionar-se com alguém é sempre uma experiência em que ambos (AMBOS!! hehe) se atiram de cabeça no desconhecido, tenham ou não experiência, maturidade, enfim...
Sobre o lobisomem, quando digo "torcida involuntária", me refiro à mão pesada do diretor do filme em nos induzir na torcida por ele, justamente para que Bella contrarie esse "senso comum". Isso não tem nada a ver com a criatura que ele é (nada comum, rs), mas com o que ele representa: a segurança, a facilidade, o amor ao alcance das mãos, sem esforço.
E, Má, há, sim, medidas para o amor. Há grandes e pequenos. Ordinários e extraordinários. Só os grandes tem potencial para a eternidade. Os demais podem até durar, dentro das convenções e da tranquilidade, mas sem a intensidade que define o "para sempre". É claro que isso depende de quem o sente. De Bella, no caso.
Muitos escolhem os menores amores, os mais calmos, os mais fáceis, para evitar o sofrimento. Decisão sábia, destemida? Abrir mão de um grande amor pode ser inteligente? Desde que a pessoa saiba o que está fazendo e ciente das consequências, sim! Concordo plenamente com você. Depende do que buscamos e de asssumirmos a responsabilidade por isso.
Você não está errado. Pelo contrário, adorei o jeito de você ver as coisas através de "Eclipse". Apenas analisamos o filme e a vida sob prismas complementares. Um não exclui o outro. E isso é maravilhoso. Graças a essas diferenças, a cerveja de ontem rendeu altos papos, não é mesmo? Vixi, olha como eu escrevi! Coisa de gente à toa, rsrsrs.
Bjo. Que venham mais filmes e discussões. Valeu.
É isso aí, Ro! O filme e o tema nos dão essa abertura. Curti demais sua participação!

E que venham mesmo mais filmes e debates hehehe.

Beijão!
Anônimo disse…
Acabei de ver os dois primeiros filmes e estava procurando informações sobre o terceiro, para ver se valia a pena vê-lo...Pelo seu texto e comentários acho que vale! Acho que rolou um clima entre Matheus e Rodrigo! Abç
Oi, anônimo.

É mesmo o melhor filme dos três lançados até agora.

Tchau, anônimo.