Apresentação de TCR

“Todo dia é assim. Ele acorda mais cedo que ela. Faz um café muito doce e com pouco pó. Enche a garrafa até a tampa com o ‘chafé’ e bebe uma xícara. Quando ela acorda, joga todo o café da garrafa na pia e faz um novo. Por quê? Para não criarem caso, diariamente, um com o outro. Deste jeito, são casados. Estão juntos há décadas”.

Bem, quero cumprimentar mais uma vez a todos aqui presente, senhoras e senhores que formam esta banca. Obrigado.

Escolhi o trecho citado para encerrar esta apresentação do meu Trabalho de Conclusão de Relacionamento (TCR) porque resume bastante as pesquisas que fiz no período em que me dediquei a esta monografia.

O trecho não está na bibliografia, aliás, livros não me ajudaram em nada nesta conclusão. Ouvi este episódio de um amigo. A situação acontece com seus tios.

É como o que ocorre com o casal jovem, recém-casado, que balança mas não cai por uma crise de ciúmes que surge no Facebook. Enverga, mas não quebra. O cara troca mensagens com uma “oferecida” e acredita que sua esposa seja louca por implicar com isso. A coisa fica feia. Xingam. Dormem separados. Conversam. Se acertam – no bom sentido.

Acontece com a amiga que tem um namorado, com quem passa as sextas, sábados e domingos junto, mas fica semanas sem transar. Chega a média de uma para três. Sem saber o motivo. Ela estressa, sim. Mas releva. Tudo pelo bem maior: o relacionamento. Não se importa de não ter uma escova de dentes na casa do lindão que mora sozinho. Nem mesmo se ele recusa o almoço que ela, carinhosamente, compra pra eles no domingo. “Vixi, ele já melhorou muito”, ela diz compreensiva. E assim seguem.

Mas até quando vale a pena ceder ou esperar algo da outra pessoa no relacionamento? Essa pergunta deu origem ao meu TCR.

Como disse uma amigaça que tenho: “Há uma linha muito tênue entre ceder e se anular em um namoro”.

De qualquer forma, concluo que, no meu caso, valeu a pena retomar. Alguns dizem que enquanto houver amor, sempre valerá a pena. Eu discordo. Nem só de amor sobrevive um casamento.

Mas posso acrescentar uma referência bibliográfica que justifica a situação que mencionei no começo deste texto e serviu de respaldo nesta minha apresentação de TCR: "Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente", por Érico Veríssimo.


Mais uma vez, obrigado a todos deste curso pela atenção.


Comentários

Unknown disse…
Meu querido...que texto comovente...que lindo vc é, Fioti...Olha, realmente, um casamento não sobrevive só de amor. Tô mto tocada com suas reflexões..affff
beijão da mamys.
Muito bom mesmo essa sua pesquisa, afinal o que é o casamento, senão, escovas de dentes juntas no armario do banheiro, chinelos embaixo da cama, contas conjuntas, copo único para os dois, caprichar no jantar de aniversario do primeiro beijo, do primeiro encontro e assim vai...
concordo com o que disse sobre o que mantem um casamento não e só amor, não mesmo, o que mantem é o desejo e a paixão, e muitas vezes acabam pela rotina e o excesso de intimidade de ambas as partes, imagina, amar alguem que vc nem conhece, não sabe de onde vem,e com o tempo descobre o sapo que ele é, as manias chatas que ele tem, sinceramente não resiste mesmo, eu acredito nos momentos, e se um casal esta junto é por que ainda não descobriu os defeitos do outro e a paixão ainda é forte, amor só acredito em amor de mãe pelo seu filho, que esse nunca acaba, o de homem e mulher só existe mesmo em contos de fadas...infelizmente.
Eu bem que gostaria de dizer o contrário ,mas todos os exemplos que vejo e presencio não chegam até o 1 ano, a nao ser que tenham algum interesse material, não o amor...
gostei da sua pesquisa, beijos
Obrigado, Maria Tereza, lindaça do Brasil! São muitas situações, né?

beijão.

VJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJ

Oi, Sonia. Tudo bem?

Muito interessante o seu jeito de ver as coisas.

Obrigado pela visita e, por favor, fique sempre à vontade no VJ!

Um beiJAÇO!
Francisco Silva disse…
Um relacionamento se faz de carinhos, amizade, sexo, afego, brigas, pedir a opinião dos amigos e fazer o inverso, tudo por acreditar em uma coisa, o amor, mas o principal de tudo é saber relevar e aprender a levar uma vida a dois, como no começo desse texto.

Beijos e sucesso.
"pedir a opinião dos amigos e fazer o inverso"... BOA, Chicão!

Pois é, relevar e saber pesar as coisas para não jorgar tudo pro alto é FUNDAMENTAL.

Thanks, lindão!