Faço bem o tipo caseiro, mas uma saída ou outra de vez em quando, além de fazer bem, funciona como pesquisa para o VJ.
Fui a poucos shows nesta vida, porém, o esquema é sempre o mesmo. Cata:
· Antes de começar o show, quando chega ao local da apresentação, você sempre consegue ver muito bem o palco – Oba! Vou assistir TUDO direitinho!
· Minutos depois, você se aproxima da multidão plantada em frente ao palco, pega seu lugar e se dá conta que você não conseguirá ver porra nenhuma direito e que, na verdade, você ficará MUITO LONGE do artista.
· Serão mais algumas horas para começar o show e está todo mundo muito animado. Neste momento, você começa a analisar quem está ao seu redor: a gordinha com uma mochila enorme virada para frente; o cara com 1,97m que corre o risco de estacionar na sua frente durante a apresentação e você não ver nada; as duas adolescentes com aparelho nos dentes, faixas nas cabeças, camisetas do ídolo e o nome escrito em batom nas bochechas, e uma pasta de recortes de revistas com matérias sobre o cantor; tem também o magrelo fumante, o gordinho bêbado que fala alto e a baixinha que está com os olhos na altura do passador do cinto do grandão a sua frente.
· Para passar o tempo, um grupo um pouco mais adiante puxa o coro de uma música recém lançada do artista que se apresentará.
· Todos quietos e rindo e bebendo e comendo. Alguns sentam no chão em meio aos outros de pé.
· Levantam e cantam mais uma música do artista, desta vez uma mais antiga do repertório.
· Param a música e soltam alguma curiosidade – falsa – do ídolo – “você sabia que no segundo CD, a mãe dele estava no hospital morrendo quando ele fez a foto da capa?” – é sempre uma asneira como esta.
· Alguém surge no palco e todos gritam e ficam loucos e na ponta dos pés para ver o funcionário da produção que limpa um pedaço do palco.
· Logo passa um helicóptero e todos gritam de novo e dão “tchau” para o céu, esgoelando “Britneeeeeeeeeey!!!”. Enquanto isso, uma louca ao lado solta outra asneira: “Ai, gente. Ela só chega na hora do show, ela nem tá em São Paulo ainda...”.
· A organização coloca um “Vídeo de Segurança” nos telões do palco, informando as saídas de emergências do estádio, banheiros químicos, áreas VIPs, área para deficientes, lanchonetes etc.
· O povo começa a reclamar da demora para começar o show.
· Logo começam a dizer, “Aff, pelo amor de Deus, é a última vez. Não venho mais. Tá loko. Que falta de respeito com a gente”.
· Um imbecil logo atrás diz: “Gente, vamos começar a vaiar! Fui no show do U2 e logo depois que começamos vaiar de tanta demora, eles entraram no palco! Vamos lá! ‘Uuuuuuuull” – vaiando sozinho.
· A produção do show coloca para tocar músicas do mesmo gênero do artista que vai se apresentar, tudo para distrair o povo.
· Funciona. O povo entra na dança e grita e canta junto.
· Na quinta música, a euforia passa. O som segue e com ele as pernas latejando. Volta a reclamação.
· Mais uma hora depois, o show começa...
...
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· Ao final, “NOSSA, FOI DEMAIS, MARAVILHOSO! POUTZ, NEM ACREDITO. REALIZEI MEU SONHO, AGORA POSSO MORRER! ANO QUE VEM EU VENHO DE NOVO!!!
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Comentários
Bjos, Dê!
"Meu marido curte, surta junto e protege" - é isso mesmo. Super PAIZÃO!
Nossa, até me emocionei com suas últimas palavras do comentário, Maria Tereza rsrs. Linda demais! Obrigado pela energia boa se sempre. Envio o mesmo pra você e sua família.
Beijos em TODOS!