O amor acaba pela falta de algo

Se não formos bons com plantas, talvez não sejamos bons com o amor. Para amar é preciso saber, sim, cultivar. Podemos até ser do tipo prendado, daqueles que arrumam a cama todos os dias antes de ir para o trabalho, mesmo que madrugue para fazer isso. Podemos ser um daqueles que não deixam a louça para o outro dia. Mas talvez não sejamos organizados o bastante para não deixar de atender as expectativas do amor.

Que venham os objetivos individuais e talvez a gente atinja todos. Mas amar, ao contrário do que muitos dizem quando afirmam ser algo que não deve dar trabalho, exige, sim, dedicação.

“Você deveria ter me comprado um presente e segurado minha mão. Deveria ter me dado as suas horas quando teve a chance. Ter me levado às festas porque tudo o que eu queria era dançar. Agora estou dançando, mas estou dançando com outra pessoa”.

Deixar de ser “você e eu” e se tornar “nós” está com os dias contados. Mas o “eu comigo” na maior parte do tempo, se tornará “você sem mim”.
  
Sim, amar é trabalhar. Por que não seria? Só não dá trabalho aquilo que é realmente passageiro. Claro que não deve haver a burocracia de cumprir expediente, mas amar é saber que precisamos entregar algo para conseguir a recompensa. E por mais improvável que possa parecer, ser promovido para Amor é usufruir de um cargo que também possui prazos. Se perdê-los, devemos ser advertidos. Podemos nunca mais recuperá-lo. Logo estaremos sozinhos. Orgulhosos pelos nossos currículos?

“Seu orgulho, seu ego, suas necessidades e seu jeito egoísta fizeram uma pessoa como eu sair da sua vida”.

Que a paixão e o tesão não durem para a vida inteira, mas que, quando naturalmente diminuírem ou passarem, se transformem em atenção ao outro, em companheirismo, para que o esquecimento jamais acabe com o amor.

E este sentimento pode simplesmente acabar? Sem motivos? Não acredito nisso. Do mesmo jeito que acredito que ele, o amor, na sua mais completa forma, não surja do nada. A proporção é igual.


“E eu espero que ele também lhe dê presentes, que ele segure sua mão. Que lhe dê todas as suas horas quando tiver a chance. Que leve você a todas as festas porque eu me lembro do quanto você amava dançar. Que faça todas as coisas que eu fiz quando eu era o seu companheiro”.



*** Texto com trechos adaptados da música "When I was Your Man", do Bruno Mars, e que provavelmente não entrará na coletânea de crônicas deste blog. Apenas caçando meus demônios.


Comentários

Vanessa disse…
Simplesmente MARAVILHOSO!!!! Adorei!!! rsrsrs... Bjos
Ingrid Sodré disse…
Lindo texto, Matheus!
Esse trecho ficou incrível:

"Que a paixão e o tesão não durem para a vida inteira, mas que, quando naturalmente diminuírem ou passarem, se transformem em atenção ao outro, em companheirismo, para que o esquecimento jamais acabe com o amor."

Não tenho uma opinião formada sobre o real significado de amar, mas acho interessante o que representa para as pessoas.
Que bom que gostou, Ingrid. Obrigado.

Na verdade a gente só entende um pouquinho mais a cada vez que ocorre com a gente. Beijo enorme. Obrigado.
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