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O primeiro filme traz cenas ótimas e puramente verdadeiras pela falta de tecnologia e necessidade de habilidades |
Pronto. É essa a descrição – e título original
da série – que tornou “As Tartarugas Ninjas” um ícone da cultura pop. É
engraçado (imagina, tartarugas sendo ágeis como ninjas?), improvável (mutantes do
tamanho de pessoas? E elas falam?) e carismático (todo adolescente é estabanado
e muitas vezes irresponsável). Essa é a receita de sucesso mostrada nos gibis
nos anos 80 que virou filme de sucesso em 1990 com mais duas franquias (1991 e 1993).
Em 2014, chega aos cinemas a versão ruim
deste clássico.
Pobre de quem conhecer as tartarugas mutantes
adolescentes ninjas por esta nova versão. As máscaras que vestem os atores como
as tartarugas nos filmes dos anos 90 têm mais expressão que toda a computação
gráfica usada no atual. Isso porque colocaram até lábios humanos nos répteis.
Um excesso. E isso inclui os músculos. Tartarugas bombadas ao extremo.
Personalidades diferentes? Leonardo, Rafael, Donatello e Michelangelo não precisariam
de faixas de cores diferentes nos clássicos de tão marcantes seus perfis. No novo,
é tudo bobo demais. Ninjas? Só no nome.
As novas versões mutantes saltam e rodopiam
tão rápido que dá a impressão de estarmos em uma sessão de “Transformes” – e a
Megan Fox no elenco só torna isso mais evidente. Muita informação. Pouca
nitidez. Muito barulho. Pouca consistência.
O primeiro filme traz cenas ótimas e
puramente verdadeiras pela falta de tecnologia e necessidade de habilidades. As
tartarugas “reais” aparecem muito mais que neste monte de jogo de luz
computadorizado de agora. Mesmo com as fantasias, os atores que as interpretam
no clássico saltam, viram estrela, se penduram em canos para chutar e ainda
viram mortais! Esses são os verdadeiros ninjas.
Em uma das minhas cenas favoritas do longa
de 1990, Michelangelo desafia o inimigo na habilidade com os tchacos. É
sensacional ver aquele “boneco” tartaruga fazendo o que ele faz. Como
adolescentes, as sacadas são ótimas. Em outra sequência, dois deles assistem ao
desenho “A Lebre e a Tartaruga” e enquanto a lebre corre muito mais rápido que
a tartaruga, eles gritam para o seu semelhante: “Aplica um golpe ninja e acaba
logo com ela!”. Tudo muito mais charmoso.
Além de na versão vintage elas serem
realmente tartarugas. Quero dizer, entre os seus golpes estão o rodopio de
costas com o casco no chão que atinge vários inimigos de uma só vez e a
clássica escondida de cabeça para dentro do casco ao desviar de uma espada. Tão
legal.
As verdadeiras Tartarugas Ninjas adoram
pizza. Chamam o entregador e pagam-no pela grade do bueiro. As computadorizadas
cedem a esse desejo em apenas uma cena que dura menos de cinco minutos. Tão
superficial.
Talvez as novas tartarugas representem a maioria dos
novos adolescentes: muito tecnológicos e pouco diferentes de todo o mais.
Poderiam ser peixes ninjas ou abóboras ninjas. Não faria diferença. Mas talvez
eu esteja enganado e não os representem, portanto, por favor, assista ao
verdadeiro “As Tartarugas Ninjas”. Santa tartaruga!
Comentários
Bom fim de semana. Beijão.