Mostra o seu que eu mostro o meu


 

Toda relação acaba quando um lado para. Se for para eu mostrar o meu e você não mostrar o seu, vaza.

Todo tipo de relacionamento é formado por dois lados, mesmo a sua relação com você mesmo, se pensar que de um lado tem aquilo que você faz e de outro aquilo que você gostaria de fazer; aquilo que você é e aquilo que você pensa, essa conta sempre fecha. Sempre dois.

Dois que trocam. Tem que ter trocar. Um oferece, outro recebe. Um comenta, outro escuta, comenta de volta, fica ou sai andando para ficar bem claro que o “dois” estava só na cabeça de “um”.

Se não for para trocar, nem adiciona. Concorda? Concordando ou não, as relações só existem assim. Pode concordar. Pode discordar. Isso também é trocar.

Nas relações com ou sem sexo envolvido, esse troca-troca tem que que estar aqui e ali.

No trabalho, o que a empresa, a atividade, o cliente te proporciona? Você, claro, oferece – ou deveria – a sua dedicação.

Dedicação e verdade é a receitinha de relação. Casado ou não, namorando ou solteirão, com aquele filho sem educação, com os parentes que você encontra ou não, nas amizades que vêm e vão. Tem que ter verdade e dedicação.

São formas diferentes de relação mas que pedem a mesma coisa. E não me venha com o cafona “devemos amar as pessoas, sem esperar nada em troca” porque se você realmente fosse assim, não estaria lendo esse texto encarnadinho de novo aqui na Terra porque o amor incondicional ainda não deu certo pra você.

De novo: verdade e dedicação.

Tem que ter um pouco de cada. Dia desses um amigo - solteiro - falou que tinha um encontro. Quando perguntei como foi, ele respondeu: “Ele fala bem”.

Só.

Não precisaria entrar no quesito “ele trepa bem” – que no fundo é o que eu queria saber, se rolou ou não -, mas daí a jogar completamente pro lúdico da minha interpretação para eu entender o que seria “ele fala bem” em um encontro que eu suponho que tenha sido falado todo em português, é demais – ou melhor, pouco – para mim.

Meu caso de mão única na relação com esse amigo - acho que virou colega, de tão rasa a relação - é falta de troca antiga. Assim como a quantidade de mentira. Espero que um dia ele se entenda como um autista, e então tudo vai fazer sentido. Afinal, conveniência não cabe em relacionamentos, qualquer que seja.

Cabe no supérfluo. Sai a admiração e entra a “toleração”. Todo relacionamento sem o mínimo de profundidade, cedo ou tarde, seca – mesmo que continue naquele post #VidaLinda do Insta feito em alguma data comemorativa. Postou, mas não engajou.



Comentários