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Foi
a segunda amiga em dois meses. Ambas com mensagem de áudio no WhatsApp. Uma
empregada, a outra ainda não. As duas com novas possibilidades de emprego por
vir. Trocar o duvidoso pelo o que se tem na mão?
“Aviso
ou não minha chefe sobre o processo seletivo que estou participando?”. Depende
da abertura que vocês têm e se ela não vai usar isso contra você em caso de
você não ser selecionada na nova empresa, respondi.
“Sigo
ou não com a entrevista para essa vaga, sendo que a outra em que posso ser
chamada é mais a minha cara?”. Está precisando trabalhar e a vaga é bacana?
Então segue lindamente. Passou na outra empresa, mesmo tendo duas semanas de
trabalho na que está? Saia lindamente, gratamente e fabulosamente rumo à
proposta que você acha que vai ser melhor para você.
Da
pegada de texto para Linkedin para uma reflexão que não cabe em mim, fiquei
pensando o quanto a gente faz isso também com nossos relacionamentos – ficadas,
namoros e casamentos.
Será
que muitas vezes a gente aceita a proposta que tem enquanto não aparece uma
melhor?
Eláiaz,
meu namorido há dois anos, surgiu na minha vida naquela clássica pegada:
enquanto estamos nos conhecendo, ninguém comenta se ficar com outros ainda está
valendo.
Devem
ter sido três semanas até a pergunta “Você está ficando com mais alguém?”. E só
mais alguns dias para afirmarmos exclusividade do tipo “ao infinito e além”.
Enquanto
isso, mantive meus contatos. Até que chega a hora do ultimato. Não de Eláiaz,
que é do signo de aquário, mas de um dos meus, até então, digamos, estagiários.
“Por
que nunca rola de ficar comigo no fim de semana?”, perguntou um candidato.
Lindo, porque no momento eu é quem sei que é priorizado. Pensei. Não falei. Não
queria perder aquele velho contrato. Com Eláiaz eu já estava em prospecção, mas
aquele fornecedor ainda era um dos bons.
O
trabalho era certificado e eu ainda estava no período de experiência nessa mais
recente referência. Mesmo assim, avisei a vaga atual, tínhamos essa abertura,
afinal. Tenho uma novidade: acontece que estou de olho em outra oportunidade.
Me
desejou boa sorte e me tirou, de imediato, todos os convênios.
Processo
seletivo que segue. Candidatos que se firmam, eu e Eláiaz no entendimento do
nosso pacote de benefícios para deixar para trás o que até então não tinha dado
em nada, pois agora finalmente nos apaixonamos e poderíamos ter nossas
carteiras assinadas. Ele a minha. Eu a dele.
Enquanto
empresas pregam propósito e valores gerar afinidade, o que a gente cria nos
nossos relacionamentos para manter a atratividade?
Tive
que entregar meu desligamento com quem me aventurei até aquele momento. Mesmo
que o empregador anterior não mostrasse a menor empatia, eu saí dali com
maestria.
Troquei
meu vale-desprendimento para fazer valer o relacionamento.
Tem
que ir atrás do que vai te realizar, mas não dá para deixar de analisar. O que
você tem na mão não pode ser só seu ganha pão, tem que ter coração, troca,
dedicação. Porém, não dá para viver de leilão. Quem pagar melhor, eu vou? Isso
não é viver com paixão e sim fazer dessa vida um eterno leilão.
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