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Talvez você nunca tenha ouvido isso sobre empreender, mas, mais do que ter seu próprio negócio, abrir uma empresa é sobre selecionar.
Todos os dias você seleciona como precificar, o
formato para entregar e, principalmente, com quem trabalhar. Então, empreender é
decidir para, consequentemente, se realizar – nos sentidos emocional e
operacional.
Com menos de um ano de empresa, demiti um
cliente. O motivo foi a falta de conexão entre a gente. Depois de alguns
exemplos de preconceitos e pensamentos que em nada se encaixam com os meus, comuniquei que não atenderia mais a empresa, deixando o motivo bem claro.
Com esses dois mil reais por mês também saiu da
minha vida uma amiga de mais 15 anos de convivência. A vida sempre segue. Cabe
a gente deixar seguir com leveza ou com o incômodo da insistência em coisas que não fazem
mais sentido para a gente.
Há quem diga que a cada dia temos menos
amizades, mas, discordo em partes. Penso que existe cada vez menos intimidade.
Falta tempo. Talvez falte agenda. Mas, acima dessas duas, tem outra que cobre
tudo: a falta de vontade. E vontade nunca deve ser forçada.
Empreender às vezes é trabalhar o dobro que o CLT, mas
fazendo algo que está em total afinidade com você.
Deixando de lado os pagamentos e contratos,
também devemos ser empreendedores em nossas relações pessoais. Relacionamentos, amizades,
família também pedem dedicação, mas, nenhum deles pode acontecer com forçação. Então,
seleciona. Entenda bem o quanto você ganha, o quanto você entrega e,
especialmente, o quanto essa relação te realiza.
Fomos ensinados que estar ao lado da família é
sagrado. Que se divorciar é vergonhoso ou dá muito trabalho. Que amizades pedem aceitação absoluta. Tudo isso
pode até ser, desde que não te faça mal, não te ofenda, te diminua ou te faça
engolir a seco. Para tudo isso acontecer, é preciso ter vontade. E isso, de novo, essa fofa não se
compra ou se impõe. A vontade é o que movimenta e preenche.
Para tudo, nos serve aquele trocadilho gostosinho: se
não soma, some.
Escrevi esse texto a pedido de uma leitora e
amiga. Em meio ao convite dela, veio o trecho: “estamos na regressão e não na
evolução” - em contexto de posturas absurdas que vemos todos os dias. Discordo, mas entendo a percepção. Isso acontece porque evoluir, assim como empreender, também é
selecionar. Darwinho nos ensinou isso (Charles Darwin, 1809-1882). Se comparado
a cem anos atrás, o racismo é menor. Assim como todo tipo de preconceito. É lento,
mas caminha, sabe? Podemos ter nossos momentos de dúvida sobre isso quando nos
deparamos com situações extremas, toscas, inaceitáveis vindas de nossos amigos, familiares ou apenas um sem noção com quem cruzamos, mas é verdade. Pouco a pouco isso vai diminuindo até sumir – mesmo que
a gente não esteja encarnada para ver.
Enquanto isso, a gente seleciona para estar ao nosso lado o que nos faz pessoas melhores. Para quem não sabe como fazer isso, é simples: tenha por perto, se dedique a alguém ou a algo que te desperte seu sorriso, sua humildade, seu aprendizado, que te coloque no sentimento do amor. Com quem ou com o que você ficar depois deste filtro, toda a troca vai acontecer tranquilamente. Com o tempo, o tira-teima sobre essa seleção do que lhe servia ou não será esse: não te fará falta alguma.
**** (Pedido que recebi para este texto: “Matheus,
não sei se vc já escreveu sobre, mas gostaria de ler um texto seu falando de
pessoas q valem a pena ter ao nosso lado (ou no amor, na amizade no convívio
diário...) Pessoas q acrescentam em nossas vidas, pq vou te falar, tá difícil
encontrar, estamos na regressão e não na evolução. Pessoas q possam se doar pra
outros sem receber nada em troca. Eu fiquei doente por causa do meu
antigo trabalho, foram sete anos que até hj não consegui me recuperar e faz
três anos que saí de lá. Enfim.....E esse cena dessa COISA
HORROROSA RACISTA, me fez pensar em muitas coisas absurdas que ainda vivemos.
AFFF......da uma revolta enorme ver uma coisa desse).
*** Se tem algum assunto que gostaria que eu
escrevesse, é só me enviar pelo direct ou matheusfarizatto@gmail.com
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