Saiu o rato. A pior
carta do baralho, segundo a fofa que consultei para a mandala da minha vida com
previsão para os seis meses seguintes. O roedor estava na minha área do
Trabalho. Seis meses depois, outra consulta, o mesmo animal, no mesmo local. Isso
foi em 2020. Acontece que eu cheguei buscando tarot e reiki e pedras energética
usadas juntos de óleos essenciais porque eu já sabia que aquele emprego me
frustrava. O tal do rato só confirmava.
Quando buscamos
esses recursos místicos a gente já sabe onde a coisa aperta e, inclusive, o que
fazer para resolver. Se não sabe, para, pensa, silencia e presta atenção na sua
respiração que sua intuição sempre vai te dizer o que fazer – não os
pensamentos, a intuição, ok?
Mas a gente
frequentemente prefere terceirizar essa responsabilidade em um punhado de papel
com símbolos desenhados, bolas de cristal, fofoqueiras de espíritos ou
sacrificadores de bodes. Mal se sabe o que quer encontrar e, na verdade, só se aceita aquilo que gostaria de ouvir.
Uma amiga virou freguês
desses serviços. Ouve de divergências completas a coincidências super secretas. Já gastou uma grana. Virou especialista em recomendação de tarólogas, videntes e
centros de umbanda. Em uma das nossas conversas, confessou que cansou. E cansa
mesmo porque vira uma busca que não leva a lugar algum.
Para quê querer
saber o futuro, gente? Além do que, por melhor que essa vidência possa ser –
porque eu acredito/vivencio o contato com a espiritualidade, esse entendimento
e repasse de mensagem pode ser subjetivo e sofrer, digamos, interferências
durante a “ligação” (rindo).
Além disso,
saber sobre isso, pode mudar tudo. É algo como ouvir “você vai conhecer e viver um grande amor com um
cara alto”. Daí você vira uma pessoa obcecada em encarar todo cara alto que
cruza seu caminho e, quando desencana disso, você se apaixona e vive o amor com um baixinho, e descobre que ele já trabalhou no teatro usando pernas de pau que o
deixavam bem alto (rindo um pouco mais).
A minha sugestão
é: procure sempre viver em paz e fazer a sua parte sem querer controlar o que
está por vir. Ponto. Entenda quem você é e o que gostaria de viver, mas não se
limite aos seus gostos para o futuro porque eles são criados com referências que você
construiu até aqui. Se abra. Permita-se ser surpreendido. O futuro pode ser muito mais gostoso do que essa sua
capacidade de o imaginar, então deixa ele trabalhar quieto.
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