No meu super copo Starbucks, gelo. Muito gelo. Gelo
mais água. Da líquida com a sólida. Tudo gelado. Nem assim dou conta deste calor. Quem tem disposição
para ler com uma lâmpada fritando a sua maçã do rosto enquanto vira a página e
tira o suor da testa? Escrever está na mesma. Meu ventilador não dá conta e meu
ar-condicionado não virá tão cedo. Enquanto isso... Gelo! E não dá para esperar
esse calor chegar ao fim para voltar às minhas leituras e aos posts do VJ.
Dá-lhe copos de gelo! E o fim do Horário de Verão? Nunca demorou tanto para
acabar. Mas o fim está próximo de qualquer jeito. Assaremos. E oremos. Enquanto
esperamos e eu tento reagir, dica de leitura deliciosa que trombei no site Revista Bula. Curtam. E bebam água. Chá gelado nunca esteve tão em alta.
EU QUERO UM AMOR
QUE SEJA BOM PRA MIM
TEXTO DE KAREN CURI

Acho que no fim das
contas, nas somas e subtrações do coração, todo mundo quer um amor assim.
Acontece que, o que é bom pra um, pode não ser bom para o outro, e aí está a
mais difícil das equações:
A do tipo amorosa.
Porque atração é coisa fácil de resolver.
Expectativas se multiplicam com doses cavalares de encantamento, e quanto maior
é o desejo, mais se inflama a paixão. E gente apaixonada é tudo igual! Quem não
gosta das tais borboletas na barriga? Não somos bestas! Somos um tanto cegos,
meio surdos, arrogantes, tontos, excessivamente confiantes, e um monte de
coisas… Mas bestas, não!
Aí o romance engrena, botamos fé, tacamos lenha na
fogueira, enchemos o tanque de combustível. Um empurra enquanto o outro dá a
partida. E aos poucos nos despegamos da bruma da paixão… Até que um insiste em
seguir adiante e o companheiro diz que precisa parar e descansar. Discutem se
ir para a esquerda ou direita, se subir o morro ou descer a ladeira. Tudo
parecia tão fácil! A rota já tinha sido traçada lá atrás. Por que isso, agora?
Um foi, o outro ficou. É sempre assim… O coração
mais parece uma casa abandonada, dessas que o caminhão de mudança levou tudo
embora e deixou apenas as lâmpadas sem os lustres, algumas caixas de papelão
vazias pelos cantos, o chão sujo e aquela velha sensação de solidão e recomeço
forçado.
Buscamos tanto e tantas coisas uns nos outros. Há
quem queira a sorte de um amor tranquilo e àqueles que fariam de tudo por um
amor louco. Procura-se banhos noturnos de chafariz, risadas por conta das
topadas e desgraças da vida, alguém leve para multiplicar alegrias bobas. Em
contrapartida, tem gente de olho num amor de fim de semana, do tipo que não
divide casa, contas, nem cama. Enquanto uns anseiam por andar de mãos dadas e
ter alguém para chamar seu, outros querem um cartão de crédito platinum,
viagens de primeira classe e champanhe no café da manhã. Tem quem não ligue em
compartilhar um amor, desde que lhe seja conveniente. Uns sonham com dormir de
conchinha, fazer massagem, receber cafuné, plantar flores no jardim, cachorro
latindo, crianças correndo.
Cada um tem a sua lista de requerimentos. Há de ser
amante dos livros, interessado por MPB, gostar de cinema e pipoca no sofá em dia
chuvoso. Não se esquecendo de ser esportista, bom cozinheiro, gostar de
discutir relação e ser paciente com a TPM. Meu respeito aos mais diversos
tópicos para preencher um coração solitário, mas eu busco, mesmo, um amor que
seja bom pra mim. Bondade não nos olhos da submissão, mas que seja bom em
conteúdo amplo e grandioso. Que me faça bem, que me queira bem, que me respeite
e me admire. Um homem de bem que me cuide e que me ame.
Quero alguém de bom coração, de alma leve e
sentimentos profundos, que queira dividir seu tempo e seus gostos, que venha
para somar sorrisos e intimidades, que multiplique amor em cada gesto, nas mãos
entrelaçadas e nos olhares cúmplices. É isso. Que o amor se multiplique,
sobretudo em almas afins e disponíveis para amar.
Eu quero amor que seja bom pra mim. Vou procurar,
eu vou até o fim…
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