Em
meio às entrevistas da vida de solteiro quando se está conhecendo alguém, uma,
apenas uma pergunta ao longo deste mais de um ano e meio fora de um
relacionamento me surpreendeu: “Quem é o Matheus em um relacionamento?”.
No
app de troca de mensagens com margem de segurança para disfarçamos nossas reações,
a pergunta por escrito me pegou de surpresa.
Li,
reli, entendi, então reconheci: “Nossa, nunca antes me fizeram esta pergunta”.
O
fofo que eu não cheguei a conhecer pessoalmente me pegou de surpresa depois de
mais de uma semana na conversa digital. Passadas as breves digestão e reflexão
sobre a questão, respondi que o Matheus em um relacionamento depende muito do
que aquela relação me desperta.
O
encontro com ele não desenrolou, mas o fio do novelo que puxou em minha cabeça ainda
não parou.
Há
semanas penso em quem eu fui durante os meus namoros, o quanto fui o Matheus-Relacionado
e o Matheus-Matheus. De modo geral, predominou o Matheus-Relacionado.
Passei
13 anos da minha vida em quatro namoros. Fui o companheiro sempre disponível
para quando o outro não estava afim de nada além de ele estar com ele mesmo, fui
o conselheiro-cuidador-paterno quando aquele não sabia que caminho seguir da
vida dele e assim fui e fui e fui, até que o Matheus-Relacionado se tornou apenas
o Matheus e depois o autossuficiente Matheus-Matheus que leva ao fim das vidas
a dois.
No
aprendizado, fica a certeza de que em um relacionamento é sempre mais
importante sermos o nosso Eu-relacionado e isso vai ser sucesso desde que o
outro seja um Ele/Ela-relacionado também. Assim há a doação, a troca, a
parceria proporcional, a verdadeira relação.
Impossível
compartilhar sendo um inabalável Você-você. Não dá para esperar a troca de um
ser que seja predominantemente Ele-ele.
E
assim, definitivamente devemos saber que de todas essas possibilidades e formações,
a gente jamais deve tirar o Eu, o Matheus, o Você dessas composições, estejam
elas Relacionadas ou não.
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