Olha a SÉÉÉÉrie! Com episódio de 20, com
episódio de 40, só não aguenta quem tem mais de 60! Olha a SÉÉÉÉrie! Tem
de uma temporada, tem de dEEEz!
Endless Quarentena e arrumar o que fazer
nunca foi tão difícil de ser feito para alguns. Por essa e por outras,
compartilho com vocês, Canecaças e Canecudos, algumas das últimas séries que
experimentei desde o início desta pandemia.
Para levantar este cardápio, eu assino a
Amazon Prime Video, HBO GO, Netflix e pego emprestada a assinatura do Globo
Play. (Um oferecimento My Sis! Insta @jumatthes).
After Life
A maturidade sarcástica e depressiva
desta série da Netflix me pegou em sua primeira temporada, enquanto a segunda
saiu em abril deste ano sem acrescentar muito para quem assiste. O protagonista
Tony é repórter em um pequeno jornal e sua esposa morreu há pouco tempo. A
história mostra o dia a dia dele enquanto tenta encontrar alguma alegria para
viver em meio às memórias gravadas em vídeos pela esposa durante sua internação
em tratamento do câncer. Ela o incentiva a ser feliz, encontrar um novo amor,
entre outras coisas. O ponto alto da produção para mim é a antipatia dele
colocada de forma muito engraçada sempre que tenta dar uma chance para socializar
e se colocar no lugar do outro. A trilha da série também é boa demais!
O Método Kominsky
Humor sarcástico em meio a desgraças é
comigo mesmo. Sitcom nunca me pegou – piadas óbvias e com som de risos
colocados ao fundo. Nesta linha de humor maduro, aqui está mais uma! O ator
Michael Douglas está com 75 anos e é o protagonista da produção, interpretando
Sandy Kominsky, professor de teatro que tem que lidar com um monte de gente
tosca achando que tem algum talento enquanto sua filha não é lá a pessoa mais
inteligente quando o assunto é “escolhas feitas na vida”. Junte a descrença de
Sandy com a acidez e impaciência maravilhosas de seu melhor amigo Norman (meu
favorito no show!), acentue tudo isso com os problemas que a terceira idade
começa a trazer para a gente e aqui está uma série de texto impecável e de um
humor meio intragável para os politicamente corretos. Eu amo! Duas temporadas.
Netflix.
Grace e Frankie
E na linha “problemas da velhice para
fazer a gente rir”, a mais levinha Grace e Frankie. Também da Netflix, essa
virou o momento “vamos jantar e assistir algo mais de boa?” meu e do Elias no
#FiqueEmCasa. Para quem nunca ouviu falar, são seis temporadas (estou na
quinta) da história que começa com as duas amigas setentonas recebendo a
notícia de que seus maridos são gays e amantes um do outro há vinte anos.
Imagina? Grace é a empresária prática, mais fria e cheia de não-me-toque (Jane
Fonda – fabulosa, queria ser vizinho dela e passar as tardes tomando Martini em
sua sacada). Frankie é a hippie, pintora e promotora do amor por pessoas e
coisas que me faz rir de tamanho absurdo o seu estilo de vida todo alternativo.
Catou como as duas se complementam, né? E aqui também temos mais das situações
que somente a terceira idade joga nas nossas juntas. Já foram cinco temporadas
em 30 dias e eu nem vi passar!
This is Us
Falando em idade... Essa aqui avança e
volta no tempo de um jeito que eu nunca tinha visto em uma série. E o texto?
E-O-TEX-TO de This is Us? Meu Deus. Uma produção nunca me fez chorar tanto!
Aqui temos um novelão dos bons: um casal jovem apaixonado dá à luz a gêmeos e,
ainda no hospital, adota um bebê nascido no mesmo dia. O grande lance da
produção de tom certíssimo refinado para o drama são os flashbacks sobre a vida
do casal e a criação dos três filhos se misturando ao momento presente deles
como resultado daquela educação e valores. Conforma a série avança, a equipe de
maquiagem entra em mais um desafio: caracterizar os personagens também em
momentos futuros da trama – e o texto impecável que comentei, só melhora ao
longo das três temporadas na Amazon Prime Vídeo.
The Marvelous Mrs. Maisel
Dos berros de choro com um texto
profundo para as falas inteligentes e super rápidas pra fazer rir: Mrs.
Maisel, também na Amazon, meu streaming favorito. A protagonista aqui vive nos
anos 50 como dona de casa de família rica e aos poucos vai descobrindo o seu
talento para comédia. Enquanto começa a buscar seu sonho de ser comediante de
stand-up, ela tem que se provar como mulher independente, arrumar um emprego
depois de o marido deixá-la e conciliar suas apresentações de comédia em bares
fuleiros de Nova York com a criação dos filhos e preconceito dos pais e da
sociedade sobre as mulheres. A proposta da série é bem diferentona em meio ao
que estava fazendo sucesso em produções. São três temporadas e ganhou visibilidade
somente com esta última com várias indicações ao Emmy em 2019. Maratonei as
duas primeiras temporadas e estou indo de leve nesta terceira sem saber que
rumo a série vai tomar. Apesar de a protagonista Miriam Maisel nos ganhar com
seu empoderamento feminino, desafiando o convencional junto ao estilo
sensacional da moda nas décadas de 50 e 60, minha favorita na tela é sua amiga
e empresária Susie que é colocada nas situações mais fodidas da vida e
representa a todos que sabem muito bem como é se virar para se sair bem nos
mais diferentes cenários – morro de rir com ela.
Homens?
É difícil eu acompanhar produções
brasileiras. Experimentei a nova versão de Sessão de Terapia com Selton Mello
no Globo Play e, até o décimo episódio, nada me pegou – apesar de eu amar a
temática sobre comportamento e de o Selton ser um puta ator, achei tudo meio
forçado, não consigo me conectar com nada ali. Mas... Experimentei a série
Homens? na Amazon e estou indo com uma dose boa de risada e curiosidade. Até o
quinto episódio, posso dizer que o Fábio Borchat atua e escreve bem demais
nesta produção que já tem duas temporadas ao contemplar machismo e um tanto de
feminismo com um humor bem brasileiro. Para quem fica incomodado com o assunto
sexo e alguns palavrões, nem comece a ver. Já quem quiser entender um pouco
mais da masculinidade colocada de um jeito bem caricato... Vai pro play!
Batwoman
Dificilmente eu deixo de, pelo menos,
passar o olho em uma produção relacionada a quadrinhos e super-heróis. Um pouco
antes da quarentena, experimentei O Monstro do Pântano no HBO GO e não passei
do terceiro episódio. Texto ruim, atuações fracas e o roteiro pior que os dois
anteriores. Por outro lado, há três semanas a HBO trouxe outra história da DC
Comics que me ganhou demais: Batwoman. Com novos episódios semanais, acabei de
ver o terceiro e a coisa toda vai numa crescente sem enrolação. Além da
qualidade da produção em si, têm ótimas novas atuações e um roteiro que
surpreende com a protagonista gay e os motivos da super-heroína e da vilã deste
comecinho de série serem muito bem amarrados. Estou curtindo muito!
E aí? Já viu alguma dessas? Está vendo
algo diferente? Compartilha aqui no Caneca ou no meu Insta (@matheusfarizatto).
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