Aprender a amar



 

Se você entrar nos meus stories, você pode conhecer a vista que tenho enquanto escrevo o texto deste domingo para você. Publicar no Insta tem disso. Publicar em um livro não oferece esse tempo real das coisas, mas deixa registrado para sempre a memória disso.

Se você olhar para dentro de mim enquanto escrevo este texto, vai conhecer a vista de quem descobre, um pouquinho mais a cada dia, os truques para se viver uma vida com mais paz.

No quarto dia com seis amigos em um rancho, o primeiro sentimento que me vem diz sobre o presente que é estarmos vivos para poder aproveitar tudo de gostoso que a vida pode oferecer e - tão importante quanto esse senso de agradecimento - ajustar aquilo que podemos para que a gente tenha mais leveza.

Nessa convivência aqui, fiquei pensando sobre o quão difícil podem ser as relações e como elas podem se tornar nossa maior dificuldade no dia a dia.

Esse nosso grupo reúne pessoas que se conhecem há vinte, dez e outros tantos anos, dependendo de qual relação olhamos. Fomos nos agregando.

Teve o tempo em que nos encontrávamos todo mês. Com datas marcadas em um calendário anual para curtirmos com tudo que um sábado sem pressa presenteia quem vive sem neuras.

Dizem que a rotina foi dificultando os encontros. Mas, quando olho para essa vista que comentei, que tenho cada vez mais ampla dentro de mim, entendo que o que vai dificultando tudo que envolve nossas relações é o nosso julgamento.

Quanto mais longe estamos de uma outra pessoa, mais criamos interpretações sobre ela.

Natural que seja assim.

Da mesma forma que temos naturalmente com a gente o antídoto para essa doença que pode nos levar a nos tornamos pequenas ilhas nutridas estritamente pela água que cultivamos em nossas represas.

Esse antídoto é o amor.

Antes de conseguir ter empatia, é preciso saber amar. Para entender que a gente naturalmente julga, é preciso se amar. Para não criarmos interpretações bobas sobre o outro é preciso se abrir para ouvir. E só sabe ouvir quem consegue amar.

Experimenta aí também. Aquele serzinho que está sempre irritado pode ser simplesmente alguém precisaria ser amado. O parente que envia mensagens que incomodam no grupo, pode ser a pessoa que não aprendeu a amar a ponto de entender o que a mensagem dela pode causar no outro.

E assim é com quem não consegue presentear, acolher, se abrir para mudar ou se reconhecer.

Uma grande virada de chave na minha vida foi entender, profundamente - a ponto de mudar o meu jeito de ver cada novo dia, cada troca de mensagem - que estar vivo aqui é uma experiência (muito) passageira, que acaba a qualquer momento. Entender que ter um novo dia aqui já ser presenteado, abençoado, próspero.

Receber tempo é a nossa maior dádiva porque é graças a ele que a gente consegue errar e aprender, olhar e entender.

A partir desse texto, por favor, tenta olhar para o outro, para o incômodo com mais amor.

Aproveita esse tempo que ainda temos para tentar. Para melhorar. Para, no seu tempo, aprender a amar.

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