Para vida toda, outra vez

  

 


E se em vez de um relacionamento que dure para sempre, tivermos alguns amores para a vida toda? Este pensamento me ocorreu enquanto lembrava dos relacionamentos que já vivi e a promessa não cumprida do “até que a morte nos separe”. De repente, passei a achar uma delícia este jeito de ver a possibilidade de novos amores.

 

Em vez de ficar mal porque não durou, passei a ficar feliz com o pensamento sobre outros relacionamentos que também não vão durar a vida inteira, mas, que serão eternos enquanto durarem. Um depois do outro.

 

A gente é condicionado o tempo todo, desde criança, a pensar que relacionamento “bom” é aquele que não tem separação. Cada dia mais eu vejo que não.

 

Em nome do “eternamente”, as pessoas mentem, se anulam, se deprimem, fingem estar tudo bem e muitas vezes o “até que a morte nos separe” passar a ser no casamento com psiquiatras e suas receitas de antidepressivos.

 

Se toda paixão acaba, se aquele tesão todo termina e nem sempre o amor pela companhia do outro vai ser suficiente para fazer com que a gente seja realizado, por que não reconhecer que a validade deste casamento venceu para que a gente possa se libertar disso e viver algo diferente para se sentir vivo novamente?

 

Tem um provérbio africano que diz “Quando a morte chegar, que ela lhe encontre vivo”.

 

Vivo no sentindo de ainda estar em movimento na sua vida. Tudo que é vivo se move o tempo todo, até as plantas. Ficar insatisfeito em um casamento em nome do “para a vida toda” é assinar o atestado de estagnação.

 

Por isso, melhor que encontrar esse único relacionamento e insistir nele em meio a fudimento, eu escolho viver diferentes amores que me acrescentem e alimentem, mesmo que por alguns (fabulosos) momentos.


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