Quando estive em Nova York, visitei o local onde ficavam as Torres Gêmeas, mas não entrei no memorial que expõe itens de quem viveu seus últimos momentos em um prédio prestes a desabar no dia 11 de setembro.
De modo geral, não sou de museu.
Escrevo o texto deste domingo durante o café da manhã na mesa do restaurante do hotel na capital paulista, horas antes da viagem rumo a Paris e Amsterdã.
Sobre o que fazer na capital da Holanda, a casa de Anne Frank é sugerida sempre que comento o roteiro.
Eu passo.
Imaginar a energia daquele lugar traz um peso que eu não pretendo sentir em Amsterdã.
Ao comentar com algumas amigas sobre não fazer esse "passeio", uma delas respondeu: "Isso, esquece a história e curte a beleza" - junto de uma análise de como tudo na Europa tem um tom meio sofrido.
Eu reconheço a importância desses lugares por "tornarem real" aquilo que lemos nos livros e para que a gente não esqueça os absurdos enormes que humanos já causaram (e ainda causam) à própria espécie. Porém, olho para essas coisas e prefiro estudar a vivenciar.
Quando penso na ideia que diz "esquece a história e curte a beleza"... Já sabe para onde vou levar esse pensamento, né? - ainda mais no momento que estou: no começo de um namoro.
A cada dia vejo mais e mais o quanto esse passeio é diferente dos lugares por onde passei.
Vez e outra algumas comparações são inevitáveis entre passado e presente, mas, tem sido cada vez mais gostosa a viagem de olhar para a beleza desse relacionamento e esquecer as histórias que me trouxeram até aqui.
Talvez essa seja uma boa forma de criar roteiros: considerando aquilo que já sabemos e nos permitindo descobrir tudo que nem imaginamos.
Quando precisamos nos organizar, o que realmente vale a pena visitar?
Eu escolho a beleza.
Eu prefiro descobrir em vez de me repetir.
Algumas histórias servem mesmo é pra lembrar que o que realmente vale a pena se dedicar é àquilo que ainda está sendo construído.
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