Tem que arriscar



Escrevo este texto duas horas antes de embarcar para uma viagem ao Rio de Janeiro. Meio trabalho, meio lazer - como quase todos os dias na vida de quem empreende.

Serão quatro dias em um resort graças à parceria com uma agência de viagens, cliente da Caneca Comunicação - que se tornou uma grande amiga. Voltando de lá, serão dez dias na Europa, graças à parceria com uma amiga doida que puxou a viagem em cima da hora - graças ao fim da parceria dela no namoro que durou mais de quinze anos.

Quando somos donos do próprio negócio, viagens assim dão um frio (extra) na barriga. Será que vou dar conta? Uma mistura de sede de aproveitar com a necessidade de não falhar (com os clientes).

Para lidar com isso, a gente conta com equipe e amigos para cobrir algo, se precisar - e o namorado para te acalmar. O resto é orar para tudo funcionar.

Acreditar que vai dar tudo certo - como sempre deu - também ajuda. Ajuda em tudo, em todo dia.

Uma das perguntas mais difíceis que já me fizeram foi: você deixaria de ter vivido tudo que viu, se soubesse que ficaria assim?

A questão foi colocada à mesa do bar no meio do período mais difícil que já vivi, por causa do término de um relacionamento.

Minha resposta foi: deixaria. Eu preferia não ter vivido aquele relacionamento, se soubesse como eu ficaria no final dele.

Bobagem.

Tudo aquilo passou.

Tudo isso vai passar.

É o arriscar que faz da gente tudo que a gente pode ser e nem imagina.

A música "A Rosa e o Espinho", do grupo Rosa de Saron, diz: "E se você tivesse o poder de apagar toda dor que viveu por aqui? Mas lhe custasse também não viver a alegria, o que iria querer? O que restaria, enfim?".

Prestes a lançar o livro "Do Fundo da Caneca", o texto "As peças que nos movimentam" - presente na coletânea - é sempre comentado por quem o leu. Ele fala sobre as referências que formam que somos.

O momentos de dor também são parte dessa formação e aqui quero te provocar sobre a importância de não se limitar por pensar no sofrimento que pode vir.

Não dá para saber se vamos ganhar ou perder.

Se o povo aposta até no Tigrinho, por que não se arriscar em aceitar diferentes convites, em mudar de opinião, de trajeto ou em conhecer um novo amor?

Todas as descobertas surreais que o ser humano foi capaz de comemorar, começaram com um pequeno experimento.

Não tem como a gente se tornar tudo que podemos ser, se não arriscarmos mudar o nosso jeito de viver.

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