No Dia das Crianças meu pai me entregou um boneco das Tartarugas Ninjas e eu pirei de alegria. Eu devia ter uns dez anos. Antes que eu o tirasse da caixa, ele me perguntou se eu queria esse presente ou um outro que ele trazia em uma caixa enorme nas mãos: era um patins roller. O boneco foi para meu primo – por isso o desespero para eu não rasgar a caixa.
Aquele foi o dia mais feliz da minha vida.
Quando na quinta série na escola, a professora Cristina,
quem nos ensinava o Português, leu a minha redação e gostou tanto que pediu que
eu a lesse para toda a classe. Esse foi o dia mais feliz da minha vida. Não pela
leitura, mas pelo elogio vindo de uma professora que eu admirava muito por seu
conhecimento e carinho com a gente.
Já contei que eu fui aceito para servir o Tiro de
Guerra? Aos 18 anos eu achava que o maior terror seria baixar as calças em uma
fila de garotos para o médico do exército examinar as minhas bolas enquanto eu
soprava prendendo o ar em meu punho para ver se havia uma hérnia ou algo do
tipo ali embaixo. Engano o meu. A agonia começou quando descobri que fui
escolhido para servir. Eu trabalhava, estudava à noite e teria que fazer o tal
Tiro às cinco da manhã. Pirei. Meu pai foi até o quartel – ou sei lá qual o
nome daquele umbral – e conseguiu me liberar do martírio. Foi, com certeza, o
dia mais feliz da minha vida. E eu segui baixando as minhas calças com outros
caras com muito mais facilidade e frequência.
Com um desses caras, chorei de felicidade enquanto o
abraçava certa vez. Era meu primeiro namorado. Tudo transbordou em amor e agradecimento
depois de 20 anos pensando que seria impossível viver o que eu realmente
sonhava para um relacionamento: estar com um companheiro por completo, com
família, amigos e toda a vida incluída nisso. Fui mais feliz que nunca!
Depois de o avião pousar em Nova York e eu passar pela
entrevista na alfândega, senti o momento mais feliz da minha vida. Mas quando
pisei na Times Square, só eu e aquele sentimento de realização de um sonho,
ainda com a minha mala em mãos, foi quando eu realmente me senti mais feliz que
nunca. Mas isso foi antes de eu assistir Aladdin na Broadway e chorar de felicidade
por ver de pertinho tudo aquilo que eu sempre acompanhei sobre musicais. Que
momento mais feliz! Dias depois assisti ao espetáculo de Frozen naquela mesma
avenida cheia de arte na capital do mundo e aquele sim foi o momento mais feliz
da minha vida!
Um ano depois, nasceu minha sobrinha e afilhada. Olívia,
minha Olivínea, a gostosona que eu tanto amo. A peguei no colo somente quando ela
tinha dois meses por todo o receio que o ano de 2020 me/nos colocou. Aquele foi o
momento mais feliz da minha vida! Que ficou ainda mais forte quando, quase dois
anos depois, ela me chamou de Dindo pela primeira vez. Me mijei de alegria.
Igual cachorro quando revê o dono depois de muito tempo longe, sabe?
Escrevo este texto da minha sala, a qual montei do meu
jeitinho, como o primeiro escritório da minha própria agência: a Caneca
Comunicação. Enquanto sinto as teclas do notebook, ouço minha música nos fones
e vejo cada detalhe da decoração e acessórios em minha mesa, sinto que este é o
dia mais feliz da minha vida.
Poder estar com meus pais e irmã, rir com minhas tias e primas, encher a minha sobrinha
de beijos, atazanar meu namorado enquanto ele tenta ver TV em paz, criar com
quem eu trabalho, abrir um livro e ter outros momentos de curtição dessas com essa turma e com meus grandes amigos; saber curtir a
minha própria companhia... É isso que faz com que cada novo dia possa ser o dia mais feliz da minha vida.
Comentários
É maravilhosa um coração enorme q Deus te abençoe e muito sucesso um brinde com milhares de canecas de ouro pq vc merece ��