Tem uma virose rolando - quando não tem uma virose rolando? - Parece que essa veio do litoral, junto com as cangas sujas do pedaço de areia que alguém se estapeou para conquistá-lo à beira-mar na lotação das praias no fim do ano.
Um surto. Quem não está com ela, está com gripe, com rinite, uma febre sem saber a causa, uma vontade louca de dormir o dia todo ou a garganta raspando.
Me encaixo na gripe e na voz rouca pela qual já me apaixonei e sentirei falta se um dia minha voz de meio-homem voltar.
Na pesquisa sobre o que pode ajudar na recuperação e blindagem de algumas dessas pestes, um vídeo no YouTube me disse que todo mundo deve repor Vitamina D com K2 e Magnésio. Mal sei o que quer dizer, mas sei bem quanto custou.
O cenário me colocou para pensar sobre imunidade. Enquanto alguns pais criam os filhos em redomas, outros fazem questão de ver os pequenos enchendo a boca de terra.
Li que até os seis meses de vida é importante que o bebê vá no colo do máximo de pessoas para criar resistência.
Na vida adulta, vejo que o solteiro que passa de colo em colo, pouco a pouco, também fica imune.
Assim como com os bebês, com quanto mais pessoas vamos, mais resistentes ficamos.
Criamos imunidade à ansiedade que viria de uma mensagem não respondida. Apatia ao término repentino.
Hiperfoco para voltarmos para a restrita dieta de alimentar a nós mesmos quando somos surpreendidos por vírus já conhecidos, tais como: O outro ser casado; O outro ser garoto de programa; O outro estar devendo para agiota; e O outro pedir uma noite vendo série abraçado com você e no outro dia dizer que tudo está indo rápido demais.
A experiência traz a resistência. Quando fui picado pelo pernilongo que usa meias listradas preta e branca, li que o tipo de Dengue não se repete no mesmo paciente.
Passada a doença, me vejo dando abertura para o mesmo perfil de pretendente: aquele que desde o começo apresenta os sintomas de ser um perrengue.
Pouco a pouco, vamos sendo vacinados. Mas enquanto insistimos em não manter o distanciamento social, penso que, para quem anda com o atestado de solteiro no bolso, só nos resta manter o hábito de usarmos algumas máscaras afetivas para não adoecermos diante de um novo vírus para o qual ainda não estamos imunes.
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