Paqueras reais

 



Aos 38 anos, com a minha própria casa, carro, empresa e paz, frequentemente me pego pensando sobre o que seria um novo amor ideal para que nada disso fosse comprometido na minha vida.


Soma isso à experiência de três longos relacionamentos e tenta resolver a equação em que o X que queremos descobrir é o grau de romantismo ou realismo saudável em um novo namoro.


Há uma semana conversando intensamente com uma pessoa que estou conhecendo, tenho a confirmação de que a naturalidade do papo é o que faz com que ele continue. Cada um a seu modo, dizendo o que pensa e se interessando pelo pensamento do outro. Pra mim, não tem nada mais interessante que alguém que esteja à vontade consigo mesmo. É aí que começa a minha admiração. E é daí que pode surgir a paixão.


Em meio aos Boa Noites da semana, comentei que eu já tinha tomado banho e estava deitado no melhor lugar do mundo que, talvez, um dia perderia apenas para o abraço dele.


(Pausa para seu enjoo sobre a minha cafonice ou sua surpresa sobre o meu romantismo).


Em resposta, ele me falou que o abraço dele é gostoso, mas que banho e cama própria não têm igual.

Eu adorei o realismo. Me surpreendi com a falta de corda para o meu romantismo.


Pouco tempo depois acho que ele percebeu o que disse e o que eu quis dizer, e soltou palavras de carinho sobre pessoas que têm o abraço como uma casa e “vai que o nosso tem”.


A historinha extremamente pessoal vem para contextualizar o ponto principal: na maturidade, qual o equilíbrio ideal entre romantismo e realidade?


Como capricorniano com ascendente no mesmo signo, fico com a balancinha pendendo sempre para mais perto do chão, onde estão os meus pés - e onde espero que estejam os da outra pessoa.


É verdade que nada se compara à nossa própria cama depois de um belo banho em nosso próprio chuveiro. É a melhor sensação do mundo e ponto. Se houver um abraço que complemente isso, maravilhoso. Mas que seja complemento não necessidade.


Relacionamentos com mais senso de realidade são definitivamente o que nos levam a mais tempo de caminhada juntos, simplesmente porque se desenvolvem sobre trilhado com base na sinceridade.


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